
A comunidade do Monero (XMR) está avaliando uma possível revisão do seu mecanismo de consenso proof-of-work (PoW, ou Prova de Trabalho) a fim de aumentar a resistência da rede contra ataques de 51%.
A discussão ganhou força depois que a Qubic, uma blockchain e pool de mineração voltada para inteligência artificial, anunciou em agosto ter conquistado controle majoritário do poder de hash do Monero.
Entre as propostas em análise estão:
- Localizar o hardware de mineração;
- Adotar um algoritmo de merge mining que permita minerar Monero em conjunto com o Bitcoin ou outras criptomoedas;
- Implementar a solução ChainLocks, utilizada pela rede Dash.
O ChainLocks funciona por meio de masternodes escolhidos aleatoriamente, que atingem quórum para validar o primeiro bloco legítimo transmitido pela rede. Isso trava o livro-razão da blockchain. Ou seja, a solução garante que apenas blocos validados pelo sistema sejam acrescentados à cadeia, mesmo diante de propostas de mineradores mal-intencionados com maior poder de hash.
Monero estuda mudança em mecanismo de consenso
A medida, segundo Joel Valenzuela, membro do Dash DAO, impede ataques de 51% e reorganizações de blocos, atuando em complemento ao PoW.
Valenzuela destacou ainda que o chamado “ataque Qubic” expõe vulnerabilidades de redes resistentes a ASICs, como o Monero.
“Qualquer blockchain resistente a ASICs deve se preocupar. Mesmo as que contam com ASICs precisam alinhar seus incentivos econômicos para evitar ataques”, afirmou.
De acordo com dados do MiningPoolStats, o pool da Qubic concentra 1,98 gigahashes por segundo (GH/s), tornando-se o minerador com mais poder de hashing na rede Monero. O Supportxmr, segundo maior pool, detém 1,22 GH/s, a título de comparação.
A comunidade do Monero, no entanto, está dividida. Parte dos usuários afirma que a Qubic não chegou a controlar a maioria do hash rate, mas apenas realizou uma reorganização limitada de blocos.
Apesar disso, a exchange Kraken suspendeu temporariamente os depósitos de XMR, retomando-os em seguida, mas exigindo 720 confirmações antes de creditar fundos. Em comunicado, a corretora reforçou que, diante da concentração de poder de mineração, pode interromper depósitos “a qualquer momento”.
Enquanto isso, no domingo, a comunidade Qubic votou para escolher seu próximo alvo de mineração, elegendo a Dogecoin (DOGE) com mais de 300 votos, superando todas as outras opções. Contudo, segundo Sergey Ivancheglo, fundador da Qubic, a mineração de Dogecoin exigirá meses de desenvolvimento, e o foco atual permanece no XMR.
O preço do XMP recuou mais de 3% desde o dia 12 de agosto – data em que a Qubic “assumiu” o controle da rede. O preço saiu de US$ 263 para US$ 255, de acordo com o CoinGecko.
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