O último fim de semana foi relativamente tranquilo para as criptomoedas. Embora muitas, incluindo o Bitcoin (BTC), tenham caído ao longo do período, as perdas ficaram mais contidas. Só que esse cenário se modificou a partir do domingo (17), quando as perdas se intensificaram.
O preço do Bitcoin, por exemplo, ficou a maior parte desse período em torno de US$ 117.500. A criptomoeda não se recuperou da queda na sexta-feira (15), depois que o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, afirmou que o país não compraria Bitcoin para sua reserva.
Na manhã desta segunda-feira (18), o Bitcoin voltou a cair forte e teve perda de 2,7%, caindo para US$ 115.151. Este foi o menor valor atingido pela criptomoeda desde 7 de agosto. Mesmo o Ethereum (ETH) interrompeu sua sequência de valorizações e teve forte queda de 6,3%, recuando para US$ 4.276.
O mercado de criptomoedas perdeu 3,5% do valor e caiu abaixo de US$ 4 trilhões (US$ 3,95 trilhões).
As altcoins seguiram o exemplo, com Cardano (ADA) caindo 5,5% e a memecoin Dogecoin (DOGE) em queda de 4,8%. No Top 100, o token da HYPE liderou as perdas e caiu 8,9%, seguido pela queda de 7,9% no UNI, da Uniswap. E a Monero (XMR) foi a única entre as 100 maiores criptomoedas que teve uma alta relevante – seu preço subiu 3,6%.
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Inflação e fracasso de cúpula derrubam o Bitcoin hoje
Os dias seguintes foram um tanto lentos para o preço do Bitcoin, mesmo com a reunião de Trump com Putin para discutir um possível acordo de paz entre a Rússia e a Ucrânia. A queda do BTC começou depois que Trump afirmou ter desistido de tentar obter um cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia.
De acordo com o presidente dos EUA, uma reunião com representantes da Ucrânia e da OTAN decidiu que era melhor dedicar esforços a firmar um acordo de paz. Só que Putin exigiu que a Ucrânia entregasse as regiões de Donetsk e Luhansk em troca do fim da guerra.
Embora relutante a princípio, o presidente da Ucrânia Volodymyr Zelensky já admitiu que pode entregar territórios à Rússia em troca da paz. Zelensky e Trump farão uma nova reunião nesta segunda-feira para discutir os detalhes.
Mesmo a impossibilidade de fechar um acordo não abalou o BTC no início, já que o ativo passou o fim de semana sendo negociado em uma faixa estreita entre US$ 117.000 e US$ 118.000. Na manhã de segunda-feira, porém, a criptomoeda despencou para US$ 115 mil, mostrando que a guerra ainda tem impactos.
Além disso, os dados de inflação ao produtor dos EUA (PPI) registraram alta de 0,9% em julho, bem acima da projeção de 0,2% feita pelos analistas. Isso elevou o PPI anual para 3,7% e voltou a despertar temores de que o Fed não corte os juros na reunião de setembro.
Eventos econômicos da semana
Quanto aos principais eventos da semana, na quinta-feira (21) sairá a divulgação de dois relatórios do Índice de Gerentes de Compras (PMI). Os índices S&P Global Manufacturing PMI e Services PMI de agosto são indicadores econômicos antecedentes usados para obter insights oportunos sobre mudanças nas condições.
Também há alguns dados de vendas de imóveis residenciais divulgados na quinta-feira, mas os relatórios imobiliários têm muito pouco impacto nos mercados de ativos de risco.
Os dados mistos de inflação e consumo da semana passada reacenderam a incerteza sobre as perspectivas da política monetária do Fed. Portanto, espera-se que o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, em Jackson Hole na sexta-feira (22) influencie os mercados instantaneamente.
Um tom mais aberto a cortes de juros pode impulsionar os mercados e elevar os preços das criptomoedas. Em contrapartida, uma postura contracionista, que destaque os riscos de inflação, pode desencadear correções bruscas e volatilidade.
“É provável que ele (Powell) seja mais flexível, esperando e observando, do que um falcão ou uma pomba. Em outras palavras, ele dirá que um corte na taxa de juros do Fed é possível na reunião de setembro, mas as decisões do Fed dependem de dados”, afirmou a Yardeni Research.
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